terça-feira, 27 de dezembro de 2011

RODA VIVA



Ver a vida, a alegria em movimento por perto é tão bom, dentro de nossas almas, melhor ainda. Movimentem-se, não se entreguem por tão pouco, vocês são o máximo do que podem alcançar. Os acontecimentos do cotidiano? São apenas complementos bons ou ruins, mas nunca extensão do seu ser. Filtre-os e sigam em frente, o tempo não para com o intuito de ouvir o silêncio noturno das nossas lágrimas, mas um sorriso é capaz de parar o trânsito louco da contemporaneidade e nos tornar um SER, percebido por alguém.
Por: Moisés Carneiro - 27-12-2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pontífices



Ah! Meu sorriso...esse sim deve resistir
às agruras do tempo, rugas, rusgas,
flacidez, quedas dos dentes.
Atos, repentes que a vida nos
empurra sem cerimônias, sem plebiscitos,
mas que machucam e nos desprezam como nada.
Vastas cicatrizes por puras inocências!
Sonolências em rotas de sofrimentos,
pontífices da amadurecência, nobre consequência
dos angustiantes sentimentos em efervescência,
cadenciadores de um despertar para um mundo de
força, espiritualidade e eloqüência.
Por: Moisés Carneiro da Silva

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Olhares internos


Os Olhos!! Brilho da vida,
janelas da alma e dos pecados,
leitores de mundos e denunciadores das alegrias
e tristezas dos nossos espíritos.
Por: Moisés Carneiro - 01/12/2011

Incontível

Intensidade de um sentimento
não cabível no coração
que escorre dos meus olhos
como as águas de uma cachoeira
sem ninguém para banhar-se,
só um rio-guia a expandi-lo.
Por: Moisés Carneiro - 01/12/2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sambalíngua

A linguagem e o rítmo não se calam
eles se pronunciam no ar, no céu, nuvens e estrelas,
palmeiras das mãos, excitação de corpos...dedos a promoverem, frenesis ondas no mar,
no vento uivante dos bambus, na folha solta a vagar,
na solitária chama da vela e seu gingado a bailar.
A chuva trova um coral de chuá, chuá, chuá
sobre a relva e a rosa brilha o sol a escaldar,
a lua em seu serenar, reflexão, desabrochar, soa o solo violino do tão belo enamorar.
sons de beijos esmaqueados? São doces lábios encontrados.
O sangue efervescido é o bom prazer em sua nascente
e o coração do linguarudo, destemido e acelerado,
goza instantes bem contentes.
O Tic tac do relógio traz quimeras de um passado
com mil ternuras, desventuras de um línguavida ritmado,
imponente na regência de um belo samba sincopado.
Por: Moisés Carneiro -25/11/2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

MOMENTO MÁGICO

Sentado no pc percebi um beija flor na janela, me aproximei e ele continuou lá, próximo ao vidro, ensaiei encostar o nariz no vidro e ele se aproximou mais ainda, tentando bicar os meus olhos. Parecia querer conversar. O que ele me disse? eu não sei, mas não consigo esquecer as suas palavras em bico e bater de asas. A visita e a interação foram reais, não é mais uma das minhas bobagens poéticas que eu costumo escrever nesse blog não. Foram alguns segundos que pareceram horas de tão maravilhado que eu fiquei.

Lembrei-me de imediato do poema que escrevi no meu blog (http://mousahrt.blogspot.com/2011/09/passaro-nomade.html) e isso me deixou mais extasiado ainda. Obrigado pela visita Mãe Natureza! Queria apenas compartilhar essa experiência com todos que visitarem meu blog. Tem uma beleza real lá fora e às vezes nos limitamos ao virtual na frente do PC. Nesse momento desligo o meu PC e vou sair pra ver a rua, a chuva, sentir o vento no rosto, abraçar alguém e sentir o verdadeiro calor de uma amizade.
VIVIDO POR: MOISÉS CARNEIRO EM 03/11/2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


A fotografia diz sem falar - O Mar, o Sol e a Lua são algumas das Belas obras de Deus. E o homem, como todo filho de peixe mencionado no popular ditado, herda do pai o dom de criar e viaja nas asas do fruto da sua imaginação criativa, através da aeronave dos Santos Dos Montes de idéias dos referidos Santos Dumont.
Por: Moisés Carneiro



UM DIA de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem, cada um como é.
Por: Fernando Pessoa

Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ser uma madrugada.
Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?
Por: Fernando Pessoa.

Toda a beleza natural apresenta-se ao alcance do Homem. O Homem precisa apenas, usufruir e contemplar as Rosas naturais da melhor maneira possível.
Por: Moisés carneiro

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VENDO A VIDA PASSAR



O DEMASIADO QUERER
Dizem que a vida não tem sentido
que ela passa com a mesma rapidez
do murchar das rosas e desliza em seus braços temporais
todas as nossas angústias, tristezas e felicidades
sem ao menos embalar o nosso desejar intenso
por satisfação e pleno gozo.
Mas que sentido tem a vida
que não nos dá o acalento
de viver o tempo e a forma necessários
aos completos conhecimentos e prazeres?
Moisés Carneiro

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DISCURSO DOMINADO

A desgraça da TV tá na graça de quem vê
ligo essa joça pra ela me dizer
sua mulher é um canhão manda ela pro salão
tira essa merda da garagem e compra um carrão
que cabelo medonho use creme alisonho
e deixe seu maridão robô com o facebook risonho. E meu yOrkut quem roubou?
Minha, sua, mãe , irmã, filha, mulher querem se ver e de repente não mais se enxergam
querem botar silicone, querem engrossar as pernas, perdem-se
no mar de mérdia, mídia valoral e inversa.
Alisem o cabelo! Vai-se a negritude united, pinta de loiro os louros e foi-se
o negrume de açoite. Triste de quem vê e não enxerga
belo apelo desconserta, e o tolo segue inerte, etiquetado e na moda,
moldado que nem um barro nas mãos de um joão plugado,
pensando... pensando... nada que eu tenho... nada que eu faça presta.
Vou comprar outro carro, pra me enxergarem nas frestas.
Moisés carneiro - 14-10-2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

SOMBRA



Vamos amigos! Lutem! Não se acomodem!
Retirem essas cercas embandeiradas que separam quintais e culturas.
Vamos à luta! Imponham sua cultura no quintal do vizinho.
Altivez e determinação!
Vamos lutar!
Mãos a obra! Obras nas mãos, onde enterrar?
Cobrem das criadas cobras, aprendizes do saber milenar.
Sem as constantes BATALHAS
o brilho da PAZ pode se ofuscar.
Por: Moisés Carneiro

ANJOS SEM ASAS



A fumaça! A névoa!
Envolvente sonho paulistano.
Palco, outrora atraente,
dos retirantes ruralistas,
engrenagens ambulantes, saltimbancos do progresso,
força motora explorada. Baixa auto-estima fomentada!
Preconceitos mil e discurso varonil!
"Orgulho de ser nordestino!"
Força motora de trabalhos e eventos. Jamais promotora.
Céus de nevoeiros!
Sopros industriais!
sufocadas narinas!
Desfocadas estrelas do desenvolvimento.
o humano! Progressivamente esmagado, e essencialmente!
Nordestino humano.
Anjos da garoa! Filhos bastardos dos patrões e suas não patroas.
Anônimos e desalados Josés.
Asas atrás das sombras carcerárias do "Ordem e Progresso".
Sem sucesso!
Sob a fumaça do ópio retrocesso.
Irmandade sem chamas do belo é o poder e das
lamparinas apagadas por ventos e
moinhos do alcatraz sentimento possessso.
Por: Moisés Carneiro - 27/09/2009

terça-feira, 27 de setembro de 2011

HALELU YAH

Axo que achei algo no AXÉ da fé
dos que dizem AMÉM. É só um axado
mas JAH é algo. ALÁ que o diga.
HASHEM também, busquem SEFARÍM!
JAVÉ vai voltar. Sabemos!
JEO, VÁ! Logo a trombeta ALLAH armará.
Por - Moisés Carneiro - 27/09/2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PÁSSARO NÔMADE



Eu sei onde mora a beleza
ela está ali, aqui, acolá
às vezes fica difícil enxergá-la
mas ela está por ai sim, eu sei.
Não sei onde mora a felicidade
essa esconde-se no nomadismo,
faz visita de passarinho
na janela das nossas almas e voa
depois volta e voa... volta...voa...
mas o seu canto fica no intímo e
seu perfume nas narinas
dos aposentos das mais puras lembranças. Espero viver...
Intensamente! Receber momentâneas
visitas no peitoril da minh'alma sem grades
enquanto admiro a Linda Rosa sob o mar
no paço imperial do meu jardim particular.
Por: Moisés Carneiro - 26/09/2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011



INFÂNCIA


A LISTA - OSWALDO MONTENEGRO


CÂNTICO NEGRO

IN [VENTAR]

Amada, parentes, conhecidos
perdoem-me por não telefonar,
mas não há nada melhor
que escrever um poema
e viajar, viajar !
Sentar na varanda
e inventar um ar puro
com cheiro de jasmim.
Inventar flores, arbustos
e passarinhos pra conversar.
Tocar violão ao luar,
aguardando a aurora
dilatar-se sobre o silencioso
manto da noite,
até despertar.
E se a tristeza chegar,
in[vento] um vento
pra voar.
Thiago Cardoso Sepriano - http://poetaspoesiadiversaoearte.blogspot.com/

terça-feira, 20 de setembro de 2011

IMAGENS VERSOS IMAGENS

Eu gritei, mas ninguém ouviu ou eu não ouvi o que eu gritei? Será que ninguém quis escutar o
que penso eu ter gritado ou com certeza sonorizado? Serás a "metamorfose" KafKaniana? Não estou me ouvindo, será que os outros falam muito alto neste momento? Ei surdo! Você ai de costas! Mas surdo não ouve, que insensatez ensurdecedora, eu acho que acabei de ficar mudo ou mudo já era quando tentei gritar. Mas que ignorância a minha, o rotulado mudo também fala e é entendido através dos seus sinais Libráticos. Já sei! Agora falarei eu, cá com as minhas mãos. Que balé mímico elas fazem agora, mas ninguém observa os movimentos das calejadas mãos, será que acabaram por cegarem? Creio que não, eles desviaram-se daqueles obstáculos com muita desenvoltura, será que minhas mãos não estão apresentáveis? Colocarei luvas com o brilho das cores do arco-íris. Ah! Agora apresento um show manuseado em cores, várias e lindas cores, mas, será que ninguém se interessa pelo balé colorido que eu apresento com as minhas mãos artísticas? Por que será? Elas agora estão bem vestidas e se mostrando com galhardia, já sei! Vou trocar as mãos por palavras aos muros. Não! Não é pichação, é tentativa de comunicação, é arte. Escrevo nos muros agora. Olha lá! Eles encostam, sentam nos muros, mas não lêem, ei, você ai! Não mija nas letras não. Que cão danado... acabou de morder o tornozelo do regador de muro, eu acho que o cão fez a leitura, talvez do meu pensamento ou do mundo à sua volta. Será que o vira-lata leu e entendeu a mensagem? Afirme quem puder, são tantos os mistérios entre o céu e a terra, e o purgatório também! Não devemos esquecê-lo, pois dizem que é lá que se expurga o peso da alma pecaminosa. Que faço agora? Tento cartazes ou imagens? O cartaz robusto de rocha ninguém leu, ninguém notou, imagina o reciclável de cartolina. Vou usar a força da imagem poética;

Ouçam as vozes que, grafadas falam mais do que as fonológicas
as vozes pronunciadas no escuro momento reflexivo.
As vozes das Letras que alimentam
o imaginário e o inimaginável fantástico.


Não adiantou nada, ninguém presta atenção, pobre riquíssima imagem poética, passou despercebida. Que é aquilo? Que movimentos, que vida, que pobre riqueza de imagens, todos atentos e encantados com o diálogo apelativo. Não acredito! Eles pararam o que estavam fazendo para apreciar, olha aquele indivíduo! Acabou desistindo de beijar a namorada, o outro sentou-se na calçada diante da tal caixa, que espetáculo, agora parece que todos eles escutam e enxergam, eles notam a presença comunicativa, como não pensei nisso antes! Na IMAGEM, na imagem nem um pouco poética, mas imagem que Tem Vez.
Moisés Carneiro - 15/12/2009

domingo, 18 de setembro de 2011

INVERNO PARTICULADO

O sol escaldante lá fora
faz tanto frio aqui dentro
e as células enrugam-se por aquecer
expectativas ansiosas.
Desejosas asas de Ícaro,
condutoras à perdição do amor,
eleva-me e aquece-me com uma
aproximação calorosa de um mar
mesmo que não seja o Egeu.
Por Moisés Carneiro - 18/09/2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ALEGRIA AO JANTAR

Tarde cinzenta, o crepúsculo anuncia-se, o garoto quebra aqui, conserta ali, olha o portão, junta molas, serra madeiras, guarda o pião na caixa de ferramentas, volta os olhos ao portão, fronteira angustiante da sua limitação, enxuga a testa, assoa o nariz. O cachorro late e abana o rabo. O menino corre até o esqueleto de ferro, visualização além fronteira e nova frustração que consome a expectativa infantil. Vai tomar banho, menino! Grita a voz das proximidades do tanque de lavar roupas, ordenando-o. Resmungos e barulhos da serrotagem misturam-se às buzinas dos carros lá fora e às conversas dos transeuntes. Só entro quando terminar! Resmunga mais uma vez e olha para o simples relógio de visor partido, com cuidado para não pingar nele o suor da face e afogá-lo, mira o céu e vê tímidas estrelas despontando, sente o cair do sereno, certifica-se do tempo e concentra-se novamente na sua atividade. Psiu! Assusta-se, derruba o martelo e corre as vistas ao quadrado imperativo com tanta empolgação que, um sorriso espontâneo surge do seu rosto esperançoso, desmanchando em seguida com rara frieza, que o amiguinho recomenda voltar depois. Não! Entra, pode entrar. Tá zangado comigo? Pergunta o visitante não esperado. Segura aqui? Pede ao ajudante indesejado no momento, sem dá importância ao seu questionamento, estende-lhe um pedaço de madeira para ser pregada, mira o prego, olha pra rua, erra a martelada, dá outra e acerta, mais uma e levanta a cabeça, vasculha a fronteira, sorri para o parceiro de traquinagens e fabricações e pergunta-lhe as horas. O aprendiz consulta o seu objeto camaleônico e exuberante, portador de um vasto guarda roupa em pulseiras de sete cores, uma veste para cada ocasião, e responde, são seis e trinta. Já vai tomar banho? Pergunta, preocupado com o fim do aprendizado. Não! Só entro depois que terminar. Responde com determinação de mestre. Golpeia mais uma vez com sua ferramenta, e o prego relutante em se infiltrar na pele de madeira, enfim integra-se ao emprestado corpo. Meu pai me trouxe um ferrorama hoje, brinquei com o trem por uns cinco minutos, mas o diacho brinca só, fica rodando nos trilhos até a gente ficar tonto. No comercial da TV sem cor, ele parecia ser tão legal. Desabafa o aluno, freqüentador da oficina improvisada e quase sua segunda casa. Ei! Tá me ouvindo? Hum... Sua patinete tá quase pronta, só faltam os rolimãs traseiros, diz o Gepeto da periferia. Oba! Amanhã eu consigo os dois que faltam e nós vamos descer a rua da ladeira asfaltada, depois da pelada na quadra da escola, é claro! Isso sim é que é diversão. Empolga-se... Ô! O que você tem? Parece triste e chateado, nem parece que o velho volta hoje. Indaga, preocupado com o amigo e fabricante de seus melhores brinquedos. Vamos tirar os rolimãs da minha super máquina agora e colocar na sua patinete pra testá-la? Desconversa o exímio montador de alegrias artesanais, antes de dar outra olhadela nas frias grades. Vem tomar banho menino! Grita uma voz rouca e triste do interior da casa. Desta vez sem resmungar, o garoto entra correndo e depois de alguns minutos, sai, cata as suas ferramentas, lamenta-se ao amigo e aluno com um forte abraço. Coração afogado! Chuvas de lágrimas embaçam o seu último olhar expectativo ao portão. Seu pai não mais voltará do leito hospitalar. Fim das conversas e brincadeiras tão saboreadas ao jantar.
Por: Moisés Carneiro – 28/08/2010

Benevolência

Digam AMÉM, mas AMEM o bem,
os miseráveis não merecem só desdém.
Orem por eles, mas ajude-os também.
Os sem BENS.
Por: Moisés Carneiro - 13/09/2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

TROFÉU VITAL

Nasce um homem só , seu destino é viver
o campeonato de um troféu sem igual,
bi, uni, vitelino ou vitalino,
da vida só se carrega a vida em nó.
Reflita, aproveite, aceite, rejeite
você tem uma vida só, e o universo dessa trilha?
Te levará ao PÓ, num veleiro, numa paisagem emoldurada pra mirar,
sorrir, chorar, sonhar e pesadelos te ter.
É tão simples o seu ser!
Tentar, sofrer, fazer acontecer,
errar, acertar, ensinar, aprender a viver
e gozar o frio na espinha do tão cedo morrer.
Pense e transgrida a imposta lei do viver o não viver
não abafe seus desejos em prol do sacrificar,
na busca de um grande feito, ser gênio espetacular.
Apenas viva! Ame, seja amado, quantas vezes
esse belo sentimento lhes for ofertado.
Nada de ser um tolo cabisbaixo
por ser materialmente programado.
O mar, o sal da vida, o fogo da paixão, o sol,
a enamorada lua, o rio, o doce das nuvens,
o brilho das estrelas, os montes uivantes,
o vento, as arvores, as cirandas e crianças felizes ao redor
completam a pura sinfonia do viver melhor
sob a natural batuta do AMOR maior.
Por: Moisés Carneiro - 12/09/2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DAS VANTAGENS DE SER BOBO

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
CLARICE LISPECTOR

terça-feira, 23 de agosto de 2011

VELHA GUARDA

Os velhos amigos são os melhores, pois,
estes resistiram aos ciclos de alegrias e tristezas,
farturas e carências, amores, ódios e benevolências.
Curtam os velhos, envelheçam os novos amigos
e fortaleçam os elos.
Por: Moisés Carneiro - 23/08/2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

AMPULHETA



A vida é tão breve que ela escorre pelas vias do tempo do mesmo jeito que a água escorre pelo rêgo da bunda, direto pro buraco. Ainda dizem que a vida é um carrossel, uma roda gigante, quando na verdade ela tá mais pra escorregador no parquinho da praça. Invistam o seu precioso e curto tempo, mas, se divirtam durante o escorrego.
Por: Moisés Carneiro - 02/08/2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MARGEANDO

Abro a janela, debruço-me,
debato-me num rio sem margem,
imagino-me às margens das páginas
de um livro ou em posse de um papel
onde rabisco imagens e dou vida a um quadro
sem limitação emoldurável... vou seguindo...
entre lápis, dedos nas areias e pincéis,
escrevo, digito e pinto Menestréis
na esperança de criar um mundo maior e bem melhor pra nós.
Por: Moisés Carneiro - 05/08/2010

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

FELIZIDADE

A infância e a velhice são as duas fases da vida em que a felicidade
consegue nos contagiar através de simples argumentos como, carinhos, atenções e doces.
Portanto ou tão pouco, enquanto não envelheço, escrevo bobagens, rio por besteiras, estresso-me só por capricho, adulto-me e mantenho a minh'alma de criança enquanto preparo os passos para a minha infância enrugada.
Por: Moisés Carneiro - 03/08/2011

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O SOL, O JARDIM E A NEGRITUDE MÓ

A noite chega pro descanso dos olhos
ofuscados pelo brilho do sol,
seguindo-a, vem o descaso do corpo sob o lençol,
repousando, sem saber quando voltará ao pó.
Chegada aurora e o galo anuncia o astro rei
num canto que nada lembra o rouxinol
e o corpo nem sabe por onde andas o lençol
levanta, abre os olhos, reverencia a vida,
espera o clarão da lua, enquanto se aquece ao sol
tão sol, tão só...
sem as estrelas no negrume do ócio do espaço mó
e a ausência da Rosa no canteiro do Jardim Melhor.
Por: Moisés Carneiro - 14/07/2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

LEIA, MAS, AVISO QUE, NÃO É IMPORTANTE O QUE ESTÁ DIGITADO A SEGUIR:

A saúde é tratada como um assunto particular,
mas, na verdade deveria ser uma preocupação coletiva.
A consequência desse pensamento individualista é refletido
através do desprezo dado ao verdadeiro valor das pessoas
para a dedicação quase exclusiva de se ganhar dinheiro, culminando numa sociedade doentia e indiferente à procura da cura para tal doença capital.
Estou na correria, preciso fazer dindin, porra tô atrasado e vou pro serviço extra, não vejo meus filhos há dias, pô amor hoje não vai dar, tenho que fechar aquele negócio. Alô! O quê? Uma cervejinha, um refri com a antiga turma do ginásio, da facul ou da velha infância? poxa infelizmente não vai dar.Tu... tu... tu... qualé rapá! Eu lá tenho tempo pra nostalgia! Vão procurar o que fazer... já vendeu quanto hoje José?
Enquanto que um abraço, um sorriso, são coisas tão fáceis-difíceis de se ver e palavras tão raras de se ouvir. Apenas digitamos virtualmente num bate papo retraído, ou seria descontraido? sei lá! Depois eu digito a dúvida, ops! Digo, tiro a dúvida. Ah! Em tempo, digito um abraço cheio de muita PAZ e SAÚDE pra quem conseguiu ler estes dígitos até aqui. mesmo sabendo que não eram dígitos numerais EUR$, US$, R$, 000,000,000,00.
Por: Moisés Carneiro

segunda-feira, 11 de abril de 2011

PUTARITANEAR

Sou puritano com temor,
Sem tremor e ao dispor.
E quem teimou? O altar inquisicionou.
Putarino também sou!
Da quebrada maloka, nunca na toka
com sua tv que não foka, apenas toca pra trás com a CANÇÃO do queira mais
quem a sua frente se prostra.
Sufoco sim, morais olhos que mentem,
através das minhas letras e mente.
E na insanidade com razão,
meto os meus pés pelas suas mãos.
Serás um 69 de emoção?
Quem nunca fez confusão?
Quantas pedras Madalena, seguem
em minha direção.
Desvio com ou sem arranhos,
saudoso, feliz ou tristonho,
mas, com a noite entreaberta
e as nossas PÉROLAS incertas,
paro, reflito. É o alerta!
Fecho meus olhos caverna,
surto e revivo meus sonhos.
Não sou MÚMIA, nem bizonho!
Desmumiado ou diabolizado
sou aquilo que suponho,
ou serei eu o que disponho?
MARGINÁVEL ou IMAGINÁVEL?
Tentar ser humano é medonho!
Pois é...
Sou o que sou no propício momento
que sou,
k a fé, própria e vizinha, costumam lâminas afiarem.
Não importuno, não super nem subestimo
os dogmas da dor, do
divino clero, nem
tampouco os do amor,
mas, seguindo e "Putaritaneando" eu vou,
porém, nunca só.
Apenas o ladrão Sol
é quem clareia e rouba
a Noite dos sonhos.

Por: Moisés Carneiro-11/04/2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

POR UM FIO

A loucura é um fio de lembrança da sanidade
tentando fugir da realidade.
E a esperança? Última a morrer e dura engrenagem
das angústias dos homens sem fé. Ou com fé?
Sabe-se lá. Na lança da fé eu vou e a justiça teima em falhar.
Contrariar é questionar, então eu teimo também. Sou justo.
Loucos! Quem são?
Eu não sou, tu dirás a mesma coisa.
E faceiro, o falso verdadeiro louco segue na fuga corajosa
da lucidez ilusória.
Por: Moisés Carneiro - 19/03/2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

HEROÍNAS CANSADAS

Os heróis morreram de cansaço!
Enxurradas de overdoses, batalhas aos cacos.
A paz? Grito aluscinante por guerras.
Os soldados pensantes? Rá! Rá! Ra! Gargalham às quimeras
da união paz e Terror e os lucros do pavor.
Retirante humanista é o amor!
Mães? Por enquanto perdas não choram.
Por enquanto, por enquanto...desligada é a minha TV.
Cenários macabros toleram-nas,
respeito por elas? Quem dera!
Banais guerras viscerais queimam peitos,
apertam mentes e torturam,
fingidoras lentes distorcidas, que não veem
e nem sentem, o amálgama no vitral à sua frente.
mães que foram MÃES no parto sentiram dores.
Ouçam! Gritos silenciados e ensurdecedores
ecoam nos guetos, quartos e berços
de uma geração não mais coca-cola.
Deus meu! Cracks camisas dez engraçados roubaram as bolas.
Dura vida deixa de ser escola e a
Rosa matriarcal se despetala
Daqui, dali, lá de Madrid!
Não só a de Angola.
Por: Moisés Carneiro - 10/03/2011

terça-feira, 1 de março de 2011

INDIRETOS

Quero dizer meu discurso indireto
sutilmente côncavo àqueles que
devo alfinetar de perto sem dar-lhes
o direito ao concreto. Só dúvidas, suposições
e desconexos. Meu ego se satisfaz! Revisão e tormenta
na reflexão alheia. covardia de expressar
diretamente o meu pensar.
Escuro discurso é o não confirmar
a franqueza do direto falar.
Triste ego é o meu penar.
Por: Moisés Carneiro - 01/03/2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O POETA DA ROÇA

Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia se cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.

Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.

Eu canto o cabôco com sua caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.

Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.

Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

(ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 1980)

CONFORTO

O reencontro dos abraços
separados pelo espaço ou pelos
tristes fatos, nos
transportam para um lugar
inexplicavelmente confortável.
O saborear de um beijo, um cheiro ou
um abraço apertado podem nos dar a idéia
de termos adentrado num portal
para um instante de felicidade arrebatadora.
Abraço-me, me abrace, nos abracem com poesia, faça-se abraçador
e abraçado, e o resto? Deixem a críterio das sensações
naturais sem serem frívolos.
Por: Moisés Carneiro - 23/02/2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ESPERA MILENAR

Sinto o riso de um olhar em sonetos
e uma tristeza nas calçadas, esquinas e becos
sem a PAZ nos corações e nas almas dos homens de fé
com suas angustiantes esperanças desesperadas.
Por: Moisés Carneiro - 16/02/2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

LARA PIETRA

Pietra força fortaleza
Pedro teme sua beleza
de ofuscante realeza
e intensidade a brilhar
ao seu desabrochar no mundo real,
na sua chegada ao lugar chamado
LAR DOCE LAR
juntamente com a sua inocência
infantil que tem por objetivo proporcionar ao mundo
mais uma dose de esperança
rumo a vitória das batalhas
para firmar o renascer de uma sociedade melhor,
lembrando o menino Jesus, que trouxe consigo,
o facho de luz que ilumina
até hoje os caminhos da dificil renovação,
do bom sentimento humano de amor, bondade e paz.
E você, Lara Pietra como símbolo de uma nova geração,
traz a certeza da continuação desta tocha
de luz, erguida antes por Jesus Cristo, e que hoje, 09/02/2011 nesta incessante corrida de revezamento milenar do ciclo da vida, passa para as suas tão puras mãos.
Bem-vinda ao clube da vida e seja um ser espetacular e mantenedor da chama
aquecedora e confortadora das almas esperançosas.

Desejo a vc e aos seus Pais-técnicos-educadores a mais pura relação recíproca de amor, carinho e dedicação, já vista antes, e que ela se estenda para todos do seu ciclo de convivência.
Por: Moisés Carneiro

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

NOMENCRIATURAS



Pensando bem, nem penso muito,
mas, às vezes me pergunto, por que
nomeia-se tudo? Batismo oblíquo!
Pedras nos calos. Calhas de pedras!
Caminhos marcados por trilhas, placas,
sinais e símbolos, travessas e travessias.
Ruas, casas nuas, mendigo na sua estreita
Silva calçada com sua João calça rasgada, assim batizados pelos
calçados recalcos, batinas e linhos de escritas grã-finas
em vãs pergaminhos. Rótulos, nomes sobre os nomes,
classes sobre a classe.
E o vinho segue manchando em vinho
a pura embriaguês do colarinho, quando servido ao
mestre letrado e retado sem carinho.
Batismo meu, batuta nossa,
Batista Filho, Batista Neto.
Bastardo ninho.
Por: Moisés carneiro - 10/01/2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei. Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo é do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só,
não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo, O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li. O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?" Deus sabe, porque o escreveu.
POR: FERNANDO PESSOA

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

FUGA ENCLAUSURADA

O melhor amigo do homem endinheirado é o whisky!
Do pé rapado o pingado e do operário a cerveja.
Do descolado? Sempre o alternativo baseado!
Do dependente químico o ópio, o pó e seu ócio sociológico.
Na observância da matilha eu sigo e tateio na trilha d'onde
Vinícius citou o cachorro engarrafado, e PER ou TERseguido tal cão idolatrado, veio o moral fundido ao amoral, o Rintintin empoeirado das giletes, seus filetes em louças e a Lassie evaporada das mentes esfumaçadas.
Na quadrúpede passada, passa tempo, tempo escapa e a lente da ópera da psicanálise viniciana toca o doping ao som da fuga dos não esperados, restando apenas as ondas e brisas do incompreendido mar de surfistas desolados.
Por: Moisés Carneiro - 01/02/2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

VELEIRO ROSA

Algo surge de um desatino
com teor puro, raro e gracioso
invade-me a alma, sou ser ansioso,
feliz e faceiro, traquino menino.

Dançante e alegre sob os quatro encantos
seus olhos, sua boca, mãos e pujanças.
Ternuras expostas de eternas crianças,
brinquedos de Rosas e Cravos sem prantos.

Sou flores! No bosque não busco amores.
leio poemas e prosas sem mais dissabores.
Não busco! Já tenho a mais linda rosa.

Teus olhos eu miro e seus lábios desejo
mais belo é o teu corpo. No qual eu velejo
num mar de emoções de rota perigosa.
Por: Moisés Carneiro - 18/01/2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

INVADIDO

Escrevo visões que não vejo,
sinto no tato e almejo.
Registro pensamentos
para que outros sintam
a sensação do poder de adentrar
em outras mentes, que nem sempre
acertam e que ás vezes mentem.
Grafos registrados! Pensamentos congelados
em papéis timbrados, muros ou quadros.
Por: Moisés Carneiro - 09/01/2011