sexta-feira, 18 de março de 2011

POR UM FIO

A loucura é um fio de lembrança da sanidade
tentando fugir da realidade.
E a esperança? Última a morrer e dura engrenagem
das angústias dos homens sem fé. Ou com fé?
Sabe-se lá. Na lança da fé eu vou e a justiça teima em falhar.
Contrariar é questionar, então eu teimo também. Sou justo.
Loucos! Quem são?
Eu não sou, tu dirás a mesma coisa.
E faceiro, o falso verdadeiro louco segue na fuga corajosa
da lucidez ilusória.
Por: Moisés Carneiro - 19/03/2011

quinta-feira, 10 de março de 2011

HEROÍNAS CANSADAS

Os heróis morreram de cansaço!
Enxurradas de overdoses, batalhas aos cacos.
A paz? Grito aluscinante por guerras.
Os soldados pensantes? Rá! Rá! Ra! Gargalham às quimeras
da união paz e Terror e os lucros do pavor.
Retirante humanista é o amor!
Mães? Por enquanto perdas não choram.
Por enquanto, por enquanto...desligada é a minha TV.
Cenários macabros toleram-nas,
respeito por elas? Quem dera!
Banais guerras viscerais queimam peitos,
apertam mentes e torturam,
fingidoras lentes distorcidas, que não veem
e nem sentem, o amálgama no vitral à sua frente.
mães que foram MÃES no parto sentiram dores.
Ouçam! Gritos silenciados e ensurdecedores
ecoam nos guetos, quartos e berços
de uma geração não mais coca-cola.
Deus meu! Cracks camisas dez engraçados roubaram as bolas.
Dura vida deixa de ser escola e a
Rosa matriarcal se despetala
Daqui, dali, lá de Madrid!
Não só a de Angola.
Por: Moisés Carneiro - 10/03/2011

terça-feira, 1 de março de 2011

INDIRETOS

Quero dizer meu discurso indireto
sutilmente côncavo àqueles que
devo alfinetar de perto sem dar-lhes
o direito ao concreto. Só dúvidas, suposições
e desconexos. Meu ego se satisfaz! Revisão e tormenta
na reflexão alheia. covardia de expressar
diretamente o meu pensar.
Escuro discurso é o não confirmar
a franqueza do direto falar.
Triste ego é o meu penar.
Por: Moisés Carneiro - 01/03/2011