segunda-feira, 29 de março de 2010

Andarilhos urbanos

O apressado andarilho errante segue sua vida
sem reais emoções e sentimentos intensos
correndo de um lado para o outro numa arritmia incontrolável
sedento por posses e prazeres passageiros e oportunos
sem vírgulas sem pontos sem pausas e detendo uma estressante batalha mental
Mas diz que anda em busca da satisfação do completo e complexo material conhecimento
isso mesmo quando na verdade não se permite ter um tempo para refletir
sobre a sua intrínseca real condição humana limitada e patética
naturalmente imposta por outro sistema soberano
O Mundo testemunha das ações humanas
que o cerca com belezas naturais que nem sequer são notadas
pelo pobre andarilho de espírito impaciente devido a cadência alucinante
imposta pela sua angustia e pelo pós-modernismo com suas raizes urbanas e capitalistas.

Para que a pressa atleta dos metros rasos?
Para não poder sentir o fluir da vida natural e nem a essência das pessoas?
Pobre andarilho... desgasta-se para ter esquece-se do ser e vive na lamentação do por quê...
no imenso deserto do seu Eu.
Por: Moisés Carneiro -

quinta-feira, 25 de março de 2010

O GRITO

Ah... se eu pudesse recitar um poema
capaz de alcançar a audição e o coração de toda a humanidade,
diria simplesmente, através de uma música, quão profundas e belas são as PALAVRAS.
Leiam, escrevam, pintem muros, rabisquem dedos nas areias, sinalizem, Braillem e escutem-nas.
O que seria do MUNDO... se fôssemos seres APALAVREADOS?
Por: Moisés Carneiro

quarta-feira, 24 de março de 2010

LITERATO PODER

A Literatura nos ensina a escapar da alienação do falso belo, da ilusória importância, dos ditos valores, cria as possíveis sensações de Liberdade, momentâneas completudes e nos ajuda a suportar a dura realidade, enquanto aguardamos ansiosos por uma história social mais humana e solidária.
Moisés Carneiro.

domingo, 21 de março de 2010

O veleiro

Quanto sentimento, quanta alegria
no mar se navega, quando se para
no tempo do veleiro amor,
verdejam-se os campos
flores e rosas liberam
perfumes e cores,
vulcão e arco-íris de pura emoção.
Coordenadas em mudanças
mares se agitam e
neste navio embarcam
progresso e ambição
asas libertas fundem-se ao coração
que agora em águas estranhas
veleja e sonha por ter, possuir
coisas e/ou pessoas.
Não basta-lhes mais o ser!
E para trás fica
o porto que um dia
já foi verão e que hoje
em maré baixa, sob névoas,
ver o navio partindo
fazendo olhares de horizonte
ao porto suplicante
por novos risos e alegrias,porém,
possíveis futuros velejantes.
E o intenso mar, segue com seu
histórico testemunho de
derrotas e conquistas, como
o fez, nas águas do
Cabo da Boa Esperança.

terça-feira, 9 de março de 2010

O Ser Palavras

Palavras: rosas e espinhos
que nos levam a reflexão
Atitude: decisão na falta das palavras
Medo: ausência das palavras e da atitude
Carência: fragilidade por não achar palavras
Indecisão: palavras engasgadas
Ser humano: palavra incompleta e complexa
Paixão retraída: sofrimento sem palavras
Dor: falta da palavra que cura
Carícia: palavras sussurradas
Carinho: palavras que confortam
Amor: palavra abstrata
Moisés Carneiro

quarta-feira, 3 de março de 2010

APAGÃO

A TARDE CHEGOU TARDE
MAS CHEGOU, AGORA
SÓ NOS RESTA A NOITE
COMO PRELÚDIO
DE UM NOVO DIA.

A NOITE CHEGOU ESCURA
PORÉM, A LUA CLAREOU
O ANUNCIO DO AMANHÃ
PRELÚDIO DO POENTE
DE UM MERO DIA.

O POENTE CHEGOU
ILUMINAÇÃO DO ESPELHO D'AGUA
TAPETE REFLEXIVO
DO AZUL CELESTE
FIM DA LUZ DO DIA.
POR: MOISÉS CARNEIRO

segunda-feira, 1 de março de 2010

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há arvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Por: Fernando Pessoa

Sentimentos curtos ocultos.

Tristeza, Felicidade
ninguém é capaz de
estipular o seu prazo de
imperialidade ou de validade
Mas, também ninguém deve submeter-se
a euforia da alegria
nem tão pouco à
melancolia da tristeza
se não acaba-se esticando o
irônico e inexistente prazo
destas estações psicológicas
e se perdendo no espaço
mental do ócio da
alegria e da penúria.
Por: Moisés Carneiro