sábado, 11 de agosto de 2012

LEITURISTA HUMANO



Salve São Jorge Amado dos Ilhéus
do sincretismo baiano do cravo e canela
que berra nas águas o ser que há nela.
Sua estrada do mar é o suor e o cacau
no abc de Castro Alves o seu carnaval
de sensuais quadris, tesão sem igual!
Tereza Batista nas quartas de cinzas
descansa euforia na tenda dos milagres
de todos os santos, pastores da noite,
da santa que some na hora da guerra.
De tocaia grande, o amor do soldado
nos subterrâneos da puberliberdade,
seara vermelha de sangue, paixão,
espinhas na cara de farda e fardão.
Dançando na rede a Tieta do agreste,
o gato malhado e a andorinha sinhá
esperam ansiosos o milagre dos pássaros,
enquanto grapiúna com a bola e o goleiro
pedem a benção ao cumpadre de Ogum,
nosso cavaleiro Jorge Esperança,
em penas, canetas, tão simples assim,
decifra a cultura em terras dos sem-fim
e o amor entre homens, veleiros e deusas
do mar morto com vida e muitos afins.

Por: Moisés Carneiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário